Sempre Fui apaixonado por dança. Já dancei vários estilos como Lambada, Forró, Street Dance, mas nunca tinha chegado a esse ponto.
A 3 anos atrás, senti uma vontade imensa de dançar um estilo de dança que eu admirava muito, achava lindo, que era o Ballet. Corri atrás de um lugar que pudesse dar aulas para adultos, pois eu já tinha 21 anos de idade, mas por alguns problemas e capricho do destino, não deu certo.
Final do ano passado (2010), comecei a fazer Jiu-jítsu, uma arte marcial, até então deixando o meu sonho do Ballet de lado, quase que morto. Passado alguns meses, conheci uma pessoa que me apresentou o Studio de Dança Fernanda Barreto e me dizia que lá dava aulas de Ballet para adulto, pois eu tinha contado do meu sonho quase que falecido de aprender a dançar Ballet.
Nessa hora aparecem três dilemas em minha vida:
1. O preconceito que ainda existia dentro de mim mesmo sobre homem dançar Ballet.
2. O preconceito sobre o que os outros iam comentar da minha pessoa dançando Ballet.
3. Sair do Jiu-jítsu pra dançar Ballet enfrentando qualquer tipo de preconceitos dos meus colegas que treinavam comigo.
O meu amor pela dança era e é mais forte do que qualquer tipo de preconceito. Ninguém nunca vai imaginar a sensação que sinto quando estou dançando qualquer tipo de dança. Ninguém nunca vai imaginar a sensação que sinto quando visto meu uniforme de Ballet pra começar a fazer meus alongamentos, nunca vai imaginar o que é entra em um Studio e sentir a madeira trincar em baixo dos pés e o que é pisar no breu e deixar marcas no chão. Sentir dor e adorar, porque tudo aquilo vale apena, o sentir-se flutuando quando se dança, o fazer expressar cada nota de uma música com um gesto corporal, fazendo seu corpo um instrumento. Isso tudo é maior do que qualquer preconceito.
Meu Kimono é meu Uniforme. Meu Tatame é meu piso de madeira. O preconceito é meu adversário. E o Ballet, a dança, e a minha paixão.
By Andrew Milk