sexta-feira, 22 de abril de 2011

Menina Atrás da Franja



Aprender!
Shift + Delete!
Tudo o que somei em um passado se esvai
Em troca de algo novo e promissor
Breve linda vem
Ao me ensinar em detalhes
Que por mim desapercebidos não passam
Pois só em vê-la admirando-a aprendo
Palavras escolhidas que me inflamam por dentro
O mesmo faço fazendo-a
Atrás de uma franja pequena e lisa caída em seus olhos se esconder
Pequena linda se esconde atrás da franja
Pequena linda que me ensina em detalhes
Pequena linda em simplicidade mostra o turbulento
Que em suas mãos e palavras doce torna
Sonhos, esperança, amor, felicidade e destino iguais
Como pode ELA ser tão EU, e EU ser tão ELA?
Sabe tocar onde ninguém quase toca
Detalhes,
Sorrisos de lado
Livros
Futuros compartilhados
Sonhos assustados em sincronia
Palavras
Palavras escolhidas que á inflama por dentro
O mesmo ela faz
E se eu tivesse franja
Certamente me esconderia atrás dela.

By Andrew Milk

quarta-feira, 13 de abril de 2011

ABRINDO PARÊNTESIS - Ballet x Jiu-Jitsu




Sempre Fui apaixonado por dança. Já dancei vários estilos como Lambada, Forró, Street Dance, mas nunca tinha chegado a esse ponto.

A 3 anos atrás, senti uma vontade imensa de dançar um estilo de dança que eu admirava muito, achava lindo, que era o Ballet. Corri atrás de um lugar que pudesse dar aulas para adultos, pois eu já tinha 21 anos de idade, mas por alguns problemas e capricho do destino, não deu certo.

Final do ano passado (2010), comecei a fazer Jiu-jítsu, uma arte marcial, até então deixando o meu sonho do Ballet de lado, quase que morto. Passado alguns meses, conheci uma pessoa que me apresentou o Studio de Dança Fernanda Barreto e me dizia que lá dava aulas de Ballet para adulto, pois eu tinha contado do meu sonho quase que falecido de aprender a dançar Ballet.

Nessa hora aparecem três dilemas em minha vida:

1. O preconceito que ainda existia dentro de mim mesmo sobre homem dançar Ballet.

2. O preconceito sobre o que os outros iam comentar da minha pessoa dançando Ballet.

3. Sair do Jiu-jítsu pra dançar Ballet enfrentando qualquer tipo de preconceitos dos meus colegas que treinavam comigo.

O meu amor pela dança era e é mais forte do que qualquer tipo de preconceito. Ninguém nunca vai imaginar a sensação que sinto quando estou dançando qualquer tipo de dança. Ninguém nunca vai imaginar a sensação que sinto quando visto meu uniforme de Ballet pra começar a fazer meus alongamentos, nunca vai imaginar o que é entra em um Studio e sentir a madeira trincar em baixo dos pés e o que é pisar no breu e deixar marcas no chão. Sentir dor e adorar, porque tudo aquilo vale apena, o sentir-se flutuando quando se dança, o fazer expressar cada nota de uma música com um gesto corporal, fazendo seu corpo um instrumento. Isso tudo é maior do que qualquer preconceito.

Meu Kimono é meu Uniforme. Meu Tatame é meu piso de madeira. O preconceito é meu adversário. E o Ballet, a dança, e a minha paixão.

By Andrew Milk

segunda-feira, 28 de março de 2011

Nada Se Perde

Em tempos em que
Tudo se torna monótono
Desprezível
E insaturado
Como se comportar perante o descarte?
De qual modo se pôr?
Sabendo que meu coração não é copas em carta de baralho onde pode ser descartado
Copo de plástico facilmente utilizado por segundos jogado fora
Quando os sentimentos viraram fúteis?
Em tempos em que
O amor de muitos esfriaram
Corações em cartas de copa
Mas
Há corações que gritam
NÃO a carência, mas SIM ao amor verdadeiro
NÃO ao descartável, mas SIM ao reciclável
Recriar o que usado e desgastado foi
Limpar o sujo e fazê-lo cristalino novamente
Renovar todas as coisas
Qual nome chamar a essa força se não de AMOR?
Pois na vida
Nos sentimentos
Sonhos e corações
Nada se descarta, nada se perde, tudo se recicla.




By Andrew Milk

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Perfeita Bailarina

Se move
Ela se move
Salta
Ela salta
Encanta
Me encanta
Pele de algodão
Cabelo preso a um coque
Em sua bochecha um furinho
Sorriso
Apaixonado por uma ilusão
Tão impossível de te-la
Tão perfeita ao ponto de não ser minha
Egoísta
Maravilhando-me me encontro em suspiros
Como pode ser mover tão angelicalmente?
Parece que flutua junto com meus pensamentos
Em por um minuto envolve-la em meus braços
Um beijo, um único beijo
Mais um beijo imaginado
"Há algo na sua essência que me agrada, me acalma, e diverte!"
Coração partido fico
Em saber que seria pecado
Ter toda essa perfeição só pra mim.

By Andrew Milk

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Mudança

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!

By Clarice Lispector

Maquiagem

Porquê o mundo teima em ser tão invisível?
Pessoas brincando em ser filme
Filmes em ser realidade
Em um espectáculo sou um personagem
Já não sei mais o que é realidade
Na vida sou Ator?
Ou tento ao menos uma vez ser eu?
Brincando com os sentimentos
Vivendo em mundos e em pessoas
Sendo pessoa que nem ao menos conheço
Maquiagem que esconde o por fora
E não o por dentro
As vezes esqueço de como era ser EU
EU?
Como eu gostaria de ser EU de novo.

By Andrew Milk

domingo, 23 de janeiro de 2011

Dissestes

Areia entra entre meus dedos
Amacia meus pés
Vento sopra
Fazendo o mar gritar em grande som
Em minha frente diz uma única palavra
SAUDXXÁÁÁDXXXIII..

Onde estais? O que fizestes?
As borboletas em meu estômago
ainda teimam em despertar a falta
Quando foi que dissestes não?
E onde eu estava que não contestei isso?

O mar continua a gritar a palavra
Gosto de ti, dissestes
Nada mais importa, dissestes
Eu te amo, dissestes
Para sempre, dissestes
Estou morta, tu não dissestes

Morri contigo, eu digo
Inteiro em falta de um pedaço
Asas quebradas de um voo que nunca fiz
Vivendo no surrealismo?
Não
É tão real quanto o som que o mar continua a gritar.

By Andrew Milk